A ação ocorreu durante um evento de open studio – no PF (coletivo artístico do qual faço parte – Art Studio onde fiz residência artística no ano de 2020).
A peça central da ação é um desdobramento do rosto já familiar na minha carreira, o auto retrato originalmente produzido em argila que deu origem ao negativo responsável por uma extensa série de escultura em resina. Durante o ano de 2020 esse negativo foi matriz de duas performances arte – o open studio da praça oswaldo cruz, onde o rosto foi produzido por gelatina alimentar e na performance em questão, feito com gelo.
O rosto em gelo possuía sete chaves aspones em seu interior, em cada uma das chaves foi fixado um fio de nylon que sustentou o rosto exatamente acima do meu. Deitada e olhando para o rosto em gelo esperei que o mesmo derretesse por completo.
a cada segundo que se passava, lagrimas de gelo se desprendiam da escultura gelada e caiam sobre minha face, até que a mesma se desfez por completo.
18/12/2021
Fotos por Leonardo Franco e Gustavo Gheller
Minutos antes do inicio da ação lágrima de gelo, participei de uma performance com a minha colega de ateliê (e amiga pessoal) renta Mocellin. Sua pesquisa durante o ano de 2020 esbarrou diversas vezes com o látex, outras performances e obras foram desdobramentos dessa interação com esse material.
Durante o evento do Ateliê Aberto do PF, Renata levou uma grande pele feita em látex para a sala expositiva. Assim que a performance foi oficionalmente anunciada para os expectadores presentes, fui até a artista e a cobri com sua obra pegajosa. Com um martelo pesado e uma caixa de pregos, preguei a obra sobre o corpo da artista, criando uma espécie de casulo, Sempre que percebia que havia um pequeno espaço onde ela pudesse olhar ou colocar a mão, ia até ele e fixava um prego com violência. O som dos pregos no chão de madeira ecoavam pela sala, após a imobilização completa da artista, parti para a execução da ação Lágrima de gelo.
Abaixo você encontra os registros de ambas as ações.