A pesquisa pictórica desenvolvida com o suporte da Resina Epóxi veio de encontro ao histórico performático que me acompanha desde a minha compreensão do que é o fazer arte. Sempre tive a arte de ação como base para o desenvolvimento de minha poética, no ano de 2018 fui trabalhar em um ateliê de resina, misturando tintas e criando novas cores, nesse ateliê conheci um dos melhores artesoes do paraná, Ademar Mattos, também meu professor e amigo.

Foi lá que eu tive meu primeiro contato com a Resina Epoxi, lembro até hoje do primeiro quadro que eu fiz, durante o processo de pintura os pigmentos tomaram uma direção própria, ignorando os caminhos que havia previamente selecionado a eles, foram se encontrando e fizeram uma composição completamente espontânea, em frente aos meus olhos. Nem mesmo as cores eram as que eu havia predeterminado, com uniões e desencontros os pigmentos viraram outros. Um caráter performático estava instaurado, a tela, o objeto inanimado, naquele momento criava vida e me desafiava, tomando um rumo independente a minha vontade, sendo teimoso, mas ao mesmo tempo lindo.

Aprendi com o tempo a interagir com esse material, ele me respeita até onde pode e eu respeito a ação performática dele. E assim vamos juntos, experimentando composições e criando obras novas, metade previamente pensadas e o restante nas mãos do acaso.