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Durante a Oficina Têxtil – O Corpo Na Linha de Borda – promovida pelo Museu Municipal de Arte de Curitiba (MuMA), o Coletivo PF foi convidado para a realização de uma performance arte coletiva durante a exposição. 

Foi nesse contexto que apresentei a arte de ação A Bolha. Com um programa performativo simples, porém meses de pesquisa, a Bolha veio diretamente de meus devaneios durante a pandemia de Covid-19, dos meus sentimentos com relação a prevenção dessa doença e meus longos períodos de isolamento (momentos fundamentais para meu desenvolvimento artístico durante os anos de 2020 e 2021).

Com três materiais simples, uma agulha, uma linha vermelha e um longo tecido de filó branco, inicia-se a Ação performática. Coloco o tecido translucido sobre meu corpo e dou inicio ao processo de costura. Com muita calma vou emendando toda a extensão do filó com o auxilio da agulha com fio vermelho, ponto a ponto o tecido vai virando uma grande bolha, ele é grande o suficiente para que eu possa me locomover pelo espaço expositivo. 

Com a bolha completamente costurada, vou testando meus limites dentro desse objeto criado, até onde vão meus braços, como se comporta quando eu sento ou corro ou danço ou deito. Durante todo o periodo de performance permaneço ali, segura, dentro da minha bolha. 

Tanque de Guerra

02/10/2022

Tanque de Guerra foi uma ação performativa que ocorreu no dia das eleições para presidente da república federativa do Brasil, no evento de festa da democracia na Fábrica Braço de Prata em Lisboa.

Esse evento reuniu aproximadamente 1.500 brasileiros no prédio histórico da FBP, somados a pessoas de diversas outras nacionalidades, a performance aconteceu durante a contagem de votos.

Lavar a bandeira do Brasil com sabão em um tanque feito de cimento e pintado de vermelho durante o hino nacional. O programa performativo foi simples, mas com uma complexidade e muitas camadas de interpretação. Tanque de Guerra é uma ação que foi pensada com o intuito de trazer novamente os símbolos cívicos para toda a população, principalmente para a parcela simpatizante com questões sociais (de esquerda).

 A bandeira do Brasil, assim como o hino nacional, foram corrompidos e associados de maneira nefasta a grupos extremistas de direita no Brasil, esses grupos e movimentos se apropriaram de forma indevida desses símbolos fazendo com que outras pessoas (em oposição) os deixassem de usar. Ao lavar a bandeira ouvindo o hino nacional eu estava devolvendo os símbolos a toda a população brasileira. 

Durante a performance ouvi alguns comentários pejorativos acerca desses dois símbolos, a bandeira e o hino, algumas pessoas automaticamente associam eles a questões negativas, de intolerância (seja religiosa ou de gênero), de discriminação e de regimes de extrema direita. Ao lavar a bandeira eu tentei ressignificar os símbolos, trazê-los de volta para as pessoas, apesar de um determinado grupo ter se apropriado deles, ainda é nosso. Ainda é nossa bandeira, nosso hino e nossa identidade nacional, devemos guardar estes símbolos com garras e dentes e não permitir que os mesmos sejam covardemente roubados de nós.

C₁₇H₁₈F₃NO

03/12/2022

Pequeno Almoço é o nome que se da ao café da manhã aqui em Portugal, em dezembro de 2022 fez um ano desde que me mudei para a Europa, essa data coincide com outra mudança na minha vida, comecei a fazer uso controlado de Flouxetina. Conhecida também como Prozac, esse farmaco é um antidepressivo da classe dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina, que age inibindo a absorção de serotonina pelos neurônios, que quando tem os níveis baixos pode causar depressão, síndrome do pânico, ansiedade ou, no meu caso, TDPM.

Minha ingestão de flouxetina é diária, junto ao café da manhã, ou, pequeno almoço. Seus efeitos colarais já não são mais sentidos, apesar de no começo terem sido fortes. Sempre penso nesse ato de acordar e tomar uma medicação que irá influenciar completamente o meu comportamento e, até quem sabe, a minha própria personalidade. Foi desses pensamentos e indagações que se desdobrou a performance do pequeno almoço, comprei varias caixas de remedio e retirei o conteúdo de algumas delas, na intenção de criar placebos e identificar até que ponto esse remédio realmente fazia efeito. Depois de um tempo a remover o conteúdo das capsulas tive a ideia dessa ação performátiva, removi aproximadamente 1kg de cloridatro de flouxetina das capsulas azuis e brancas e depois engoli todas essas capsulas vazias num ritual matinal.

Capsulas acompanhadas de leite de soja, em uma tigela de cereais. O gosto gelatinoso e o retrogosto amargo, minha lingua mudou de cor e as horas que se passaram foram seguidas de um grande mal estar fisico, vomitos e dores de barriga, mas no fundo uma estranha felicidade, quase plástica, imutável. Será pelo antidepressivo ou pelo fazer arte?

Execução número 5 do programa performativo: Andança. 

O programa de performance pode ser realizado individualmente ou em grupo e consiste em marcar o caminho percorrido por casa individuo com fita cola.

A performance foi realizada dentro da Fábrica Braço de Prata, em Lisboa. Foi aberta ao público e contou com a participação de seis pessoas com a artista proponente. Os registros físicos da performance permaneceram no espaço da fábrica por um período de seis dias. 

A ação ocorreu durante um evento de open studio – no PF (coletivo artístico do qual faço parte – Art Studio onde fiz residência artística no ano de 2020).

A peça central da ação é um desdobramento do rosto já familiar na minha carreira, o auto retrato originalmente produzido em argila que deu origem ao negativo responsável por uma extensa série de escultura em resina. Durante o ano de 2020 esse negativo foi matriz de duas performances arte – o open studio da praça oswaldo cruz, onde o rosto foi produzido por gelatina alimentar e na performance em questão, feito com gelo.

O rosto em gelo possuía sete chaves aspones em seu interior, em cada uma das chaves foi fixado um fio de nylon que sustentou o rosto exatamente acima do meu. Deitada e olhando para o rosto em gelo esperei que o mesmo derretesse por completo.

a cada segundo que se passava, lagrimas de gelo se desprendiam da escultura gelada e caiam sobre minha face, até que a mesma se desfez por completo.

18/12/2021

Fotos por Leonardo Franco e Gustavo Gheller  

Happening composto por artistas residentes do PF – Stdio Art, estudio onde fiz residência em pintura e performance durante o ano de 2021, na cidade de Curitiba Paraná. 

https://pf2119.com/

Happening composto por artistas residentes do PF – Stdio Art, estúdio onde fiz residência em pintura e performance durante o ano de 2021, na cidade de Curitiba Paraná.

Proposto por PAErsche / Bbeyond (Same Difference: Equinox to Equinox) através da Marita Bullmann, o nosso Open Source é o dia de ações públicas pela liberdade e democracia.

Anna Lima
Ayesla Fabian
Eduardo Cardoso Amato
Eleonora Gomes
Giovana Martucci
Gustavo Francesconi
Janete Anderman
Jonas Sanson
Leo Bardo
Leo Franco
Matheus Henrique
Renata Mocellin

20/09/2021
equinócio da prima vera

Estância Ouro Fino

Fotos por Janete Anderman

A ação performática ocorreu na Tetra Galeria (Curitiba, PR) no dia 23/05/2019.

A artista de ação chegou na sala de exposições, sentou em uma cadeira levemente alta e ficou uns minutos encarando os espectadores, após o momento inicial da chegada, quando já havia se passado aproximadamente uns cinco minutos, a artista começa então a pegar vários band aids que estavam guardados em uma bolsa branca, embaixo da cadeira, e a coloca-los em suas tatuagens na perna. Sua roupa era totalmente branca, uma marca já registrada da Martucci, ela estava usando uma calça pescador larga, e uma blusa de alcinha levemente perolada, estava descalça, todos os band AIDS eram beges e se assimilavam muito a cor de sua pele. Após cobrir todas as tatuagens, ela começou então a cobrir pequenas cicatrizes pelo corpo, provenientes de machucados e cirurgias (ao que me pareceu), e por ultimo, cobriu a boca com os band aids, seus olhos e seu nariz, ficando totalmente sem identidade. Permaneceu assim por alguns momentos, estática, sentada na cadeira, então se levantou, sem visão, e procurou a saída. Enquanto ela andava em meio as pessoas que estavam na exposição, acredito que era cerca de 150 pessoas, essa desviavam de seu caminho, meio que como para não tocar na artista. E assim encerrou a ação performática, Martucci saiu da sala sem encostar em ninguém, palmas se originaram no fundo do seu silencio imposto.